Trata-se de uma brilhante produção em forma de poesia, com traços de literatura de cordel, que traduz os melhores momentos dos nossos encontros no 1º semestre de nosso curso e serve para divulgar a criatividade e a sensibilidade artística desta que é, sem dúvida, uma das cursistas mais dedicadas do nosso grupo.
Em gestação
Desde já peço perdão
Pelo meu atrevimento
Pelo meu atrevimento
De falar da gestação
Que começou há um tempo
É um caso coletivo
De amor/cumplicidade
Que em tempo de recesso
Vai deixando uma saudade
Mas descansar é preciso
Que de ferro ninguém é
Obedece quem tem juízo
Manda a Maria José
E na prática avançando
Pra saber como se ensina
Enquanto é tempo, vai gestando,
Vai fazendo a oficina...
A Maria que é José
É gentil e muito amiga
Vai pra Arraial do Cabo
Pra voltar bem mais sabida
E depois vai ensinar
Aos que são perseverantes
Que conhecimento e prática
Valem mais que diamante
Ela até já nos mostrou
Os olhos verdes do dragão
E toda gente viajou
Pra cidade do Drummond
Um lugarzinho qualquer
Bem no meio lá do nada
Onde homem e mulher
Levam vida abestada
E na prática avançando
Pra saber como se ensina,
Enquanto é tempo, vai gestando,
Vai fazendo a oficina...
E o povo de Javé?
Também tem seus narradores
Pra contar como é que é
A história dos antecessores
Mas voltando à gestação
Nesse tempo de fadiga
Quanto tempo leva então
Esse filho na barriga?
O tempo eu não sei
E nem posso eu dizer
Eu só sei que já tem nome
Muito antes de nascer
Como não se sabe quando
Esse filho vai surgir
Acho que ele vai brotando
Não tem hora pra parir
E na prática avançando
Pra saber como se ensina
Enquanto é tempo, vai gestando,
Vai fazendo a oficina...
Pois o filho tão amado
Que estamos a GESTAR
São os nossos ideais
Só precisa confiar
Pra saber como se ensina
Enquanto é tempo, vai gestando
Vai fazendo a oficina
E na prática avançando...
Cláudia Oliveira Gonçalves, em 13 de julho de 2009.